Um assunto que mexe comigo, é um desafio à inteligencia, às competências de Marketing, à capacidade de adaptação às novas formas de comunicação baseadas nas tecnologias da informação.
A minha ideia base é a de que a partilha favorece o negócio… E, por isso, retenho este trecho dum artigo no Público.
“Enquanto de um lado se acena com os números do declínio das vendas de música e filmes registados desde a massificação da banda larga, do outro citam-se estudos académicos que apontam não haver uma ligação directa entre o download e as vendas. Um exemplo frequente é o do autor brasileiro Paulo Coelho, cujas vendas de livros subiram depois de o próprio ter colocado (sem o conhecimento da editora) parte da sua obra na Internet.”
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Por outro lado, adianta tentar combater a realidade? Não será possível encontrar formas de alinhar o negócio com as novas realidades? (adaptar!)?? (UZ 3D, os Radiohead com o CD gratuito na net, Paulo Coelho e a sua obra auto-pirateada, a optimização do myspace, os “extras”…) – act.: ver também o concerto dos Coldplay na BBC2 transmitido em directo via internet.
É evidente que Paulo Coelho já trazia consigo a notoriedade que pode ter estimulado o fenómeno. Da mesma forma, com os Radiohead pode argumentar-se que já eram banda de culto e que, por outro lado, houve o efeito novidade da divulgação gratuíta.
Mas vejamos outro exemplo… Na altura nunca tinha ouvido falar desta banda: The XX. Recebi e-mail de alguém, que “sacou” e ouviu, aconselhando-me a ouvir. Fui ao myspace. Ouvi os quatro ou cinco temas disponíveis. A partir daí poderia vir o download do CD (negativo?) ou a compra. Mas o que é certo é que eu dificilmente saberia da existência desta banda se não houvesse este circuito de partilha. Agora vejamos no myspace a agenda de concertos da banda. E depois pensemos se seria possível aquela agenda, preenchida como está, apenas com base na distribuição convencional…
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P.S.: É um pensamento um pouco lateral à coisa, mas parece-me evidente que se chegarem a invadir o espaço puro de partilha, através do ataque à pessoa que faz o download, só vão estar a demonstrar que não percebem como funciona a informática – e vão ser rápida e fortemente surpreendidos com as formas de substituição que vão acabar por surgir (em menos de nada!).
P.S.: Publicado inicialmente em LFJ.
pois é caro john, isto da limitação de conteúdos online é que está a dar.. ou pelo menos "eles" pensam que sim!
resta saber se é mesmo assim, ou se é, estratégicamente, um erro crasso?!
http://aeiou.expresso.pt/google-limita-acesso-gratuito-a-noticias=f550884
D, este caso da Google é ligeiramente diferente da questão da pirataria/ downloads/ direitos de autor, e se calhar até vai mais ao encontro duma certa lógica: quem ganha dinheiro com os produtos/ conteúdos alheios deve pelo menos partilhar parte desse ganho com os autores. De qualquer forma, continuo a achar que é na abertura que está o ganho, não na restrição.
Depois, é como diz o "xico taxista" no comentário ao artigo do expresso: "Para uma pessoa pagar para ter acesso ao conteúdo de um site, a informação que busca tem de ser de uma qualidade tão relevante, que justifique o valor pago. E também tem de ser exclusiva, ou seja: não existir em nenhum outro site."
O tema continua em aberto…